Polícia baiana mata mais de um por dia; taxa é maior do que no Rio de Janeiro e São Paulo
20/09/2012
Mais
de uma morte por dia. Na média, este é o resultado dos Autos de
Resistência (AR) na Bahia, de janeiro a agosto deste ano. Em 244 dias,
foram registrados 267 óbitos de pessoas envolvidas em alegados
confrontos com policiais.
O número é da Coordenação de Documentação e Estatística Policial
(Cedep), órgão da Secretaria da Segurança Pública (SSP). A soma
representa um crescimento de 58,9% nos casos de ‘resistência seguida de
morte’ em relação ao mesmo período do ano passado, quando morreram 168
pessoas. No total deste ano, foram 103 mortes na capital, 50 na Região
Metropolitana e 114 nas outras cidades do interior.
Se forem contabilizadas apenas as mortes do primeiro semestre, a
Bahia registrou 191 óbitos em AR, o que corresponde a uma taxa de 2,73
mortes por cada 100 mil habitantes. No estado de São Paulo, onde de
janeiro a junho ocorreram 239 mortes, a taxa é de 1,16. Já no estado do
Rio de Janeiro, os dados apontam 214 mortes nos primeiro seis meses do
ano, chegando a uma taxa de 2,68.
Se levados em conta apenas os números das capitais, a taxa de
mortes em confronto com a polícia em Salvador, no primeiro semestre, é
de 5,77. Ao todo, o Cedep registrou 77 casos na capital baiana. Em São
Paulo, foram 147 mortes (taxa de 2,62), e na capital fluminense, 132
mortes (4,19).
Mesmo defendendo o AR como uma forma de respaldar a ação policial, o
secretário da Segurança Pública, Maurício Barbosa, acha que todas as
operações devem ser cautelosas.
“Não comemoramos nenhuma morte. Antigamente, se bradava que bandido
bom era bandido morto. Não existe mais isso. Trabalhamos com a ideia de
aproximação da comunidade”, afirmou Barbosa, durante a inauguração da
Base Comunitária de Segurança do Bairro da Paz.
Como os dados oficiais vão até o fim de agosto, não levam em conta,
por exemplo, a morte do adolescente Rodrigo Santos Conceição, 15 anos,
baleado por soldados da 1ª Companhia Independente da Polícia Militar
(CIPM) em Pernambués, no sábado passado
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